A destruição das
universidades estaduais é uma ação premeditada das elites culturais baianas. Recursos
limitados para custeio, investimentos raros e conquistados a duras penas, falta
de empenho dos políticos para buscar verbas nacionais para pesquisa e extensão fazem
parte do cotidiano dessas instituições; desde o início de suas criações. A
maioria das unidades foram instaladas em razão de barganhas políticas de velhos
caudilhos. Portanto, não é fato novo o descaso das elites cultural por este
imenso patrimônio intelectual construído basicamente pelos alunos, professores
funcionários e as comunidades.
Com efeito, o tema de
ciência e tecnologia sempre constou nos programas eleitorais das elites
culturais conservadoras. Encontra-se facilmente alusões précisas a uma
universidade democrática, autônoma e, atualmente, socialmente referenciada.
Muitos intelectuais da elite cultural reformista que empolgam a cúpula da
Educação estiveram a frente da elaboração de avançados programas eleitorais de
ciência e tecnologia, aí incluindo as universidades.
Este sistema propicia
total independência dos velhos sindicalistas, agora novos caudilhos, dos
segmentos que defendem mudanças, seus antigos aliados. E, por via de
consequência, possibilita a aproximação dos velhos sindicalistas com velhas
elites culturais conservadoras. Estas últimas nunca quiseram universidades com
pesquisa, ensino e extensão. Desejam apenas escolões de produção de mão de obra
minimamente especializada, uma vez que seus pimpolhos estudam na federal ou nos
“centros acadêmicos sulinos”.
Logo, só a luta pode
reverter esta situação, e a greve política é o principal instrumento dessa luta.
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