segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O dinheiro público vai financiar a farsa publicitária proposta pelo Ministro da Fazenda



O MF da  defende publicidade para "de forma simples" apresentar "a população o complexo tema dos gastos público". Vai começar a manipulação. Todos lembram das propagandas do gov. de FHC mostrando a ineficiência das empresas estatais a fim de convencer a sociedade da necessidade de suas privatizações. Algumas mostrava um paquiderme com dificuldade de locomoção, era como o governo do príncipe dos sociólogos via as empresas estatais. Afirmavam que o capital privado poderia impulsioná-las.

Entretanto, o que vimos foi o dinheiro público via, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica irrigarem as fortunas dos empresários que compraram muitas empresas – vejam o caso da “OI”. Outras empresas visando o lucro fácil e rápido de seus acionistas provocaram verdadeiras calamidades públicas – vejam o caso da Vale do Rio do Doce.

Agora, provavelmente, serão os Servidores Públicos que serão mostrados como gastadores; os beneficiários de bolsa família serão exibidos como preguiçosos e os jovens beneficiados pelo FIES serão mostrados como incapazes e sem mérito para competir nos vestibulares das universidades públicas. Estas por sua vez verão seus recursos minguarem.

O caminho é a criação de riqueza. E este caminho só pode ser trilhado abrindo a economia à sociedade. Nossa economia é fechada, não para protege-la dos “piratas” estrangeiros; e sim para defender os negócios das elites culturais.


Portanto, é preciso denunciar e combater esta farsa da qual todos já conhecemos o final, qual seja: mais precariedade, mais injustiça.

domingo, 18 de setembro de 2016

A implantação do sistema BRT é mais uma vitória do atraso

A implantação do sistema BRT é mais uma vitória do atraso

O dinheiro público, hoje mais de quatrocentos milhões, que ao final será amplamente superado, através do artificio dos editais suplementares; irrigará as fortunas dos grupos econômicos que sempre se beneficiaram, apesar da sua incompetência. Durante sua construção, cidadão sofrerá com os transtornos das obras, que descaracterizarão. Depois de pronta, arcarão com um serviço de péssima qualidade, uma vez que objetivado acima de tudo no ganho financeiro.

A solução para a mobilidade de Salvador passa obrigatoriamente por um reforma urbana que humanize os bairros e as moradias. Nestes espaços, onde vive o soteropolitano, foram construídos locais de resistência ao projeto de genocídio dos afro-brasileiros. Este projeto foi derrotado, por isso é preciso avançar na reforma destes espaços. As comunidades periféricas devem lutar contra projetos como este de BRT e exigir que as intervenções do poder público sejam feitas em São Caetano, Liberdade, Fazenda Grande, isto é, em todos os bairros, onde reside a população pobre da cidade.


A descentralização das atividades econômicas para os bairros com a criação de áreas verdes, áreas de esporte e lazer é a solução para melhorar nossa mobilidade.

A implantação do sistema BRT é mais uma vitória do atraso

A implantação do sistema BRT é mais uma vitória do atraso

O dinheiro público, hoje mais de quatrocentos milhões, que ao final será amplamente superado, através do artificio dos editais suplementares; irrigará as fortunas dos grupos econômicos que sempre se beneficiaram, apesar da sua incompetência. Durante sua construção, cidadão sofrerá com os transtornos das obras, que descaracterizarão. Depois de pronta, arcarão com um serviço de péssima qualidade, uma vez que objetivado acima de tudo no ganho financeiro.

A solução para a mobilidade de Salvador passa obrigatoriamente por um reforma urbana que humanize os bairros e as moradias. Nestes espaços, onde vive o soteropolitano, foram construídos locais de resistência ao projeto de genocídio dos afro-brasileiros. Este projeto foi derrotado, por isso é preciso avançar na reforma destes espaços. As comunidades periféricas devem lutar contra projetos como este de BRT e exigir que as intervenções do poder público sejam feitas em São Caetano, Liberdade, Fazenda Grande, isto é, em todos os bairros, onde reside a população pobre da cidade.


A descentralização das atividades econômicas para os bairros com a criação de áreas verdes, áreas de esporte e lazer é a solução para melhorar nossa mobilidade.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

"Um estranho no ninho": crise e alteridade



A ameaça à reprodução do capital na república racista exige operações ousadas e radicais. A inação pode conduzir a contestação do modelo civilizatório dominante. Urge, portanto, a exclusão e, se possível, reclusão dos culpados.

O que está em jogo é a continuidade da dominação pelas elites culturais. Embora não existam possibilidades de mudança na forma de dominação, estas elites agem rapidamente quando imaginam que seus valores correm o risco de serem contestados. Por isso, o “modus operandi” continuará utilizando-se da corrupção para a reprodução do capital. Para isso, a corrupção será sempre o "modus operandi" da política.

As injustiças sociais, que tem por base as diferenças étnicas, não podem fazer parte de um processo político democrático sem estarem camufladas. As profundas injustiças sociais negam a existência das liberdades individuais, logo impedem a possibilidade de transformação. O racismo sempre foi o principal processo de restrição da liberdade utilizado secularmente pelas elites culturais. Por isso, a corrupção é fundamental para a obtenção de recursos para o “convencimento” do cidadão a optar por esse ou aquele candidato.

Há uma crise no "modus operandi", motivada pela entrada e longa permanência do "outro" - o estranho - nos espaços reservados ao poder. O mestiço, o retirante nordestino, a mulher, o negro, os homossexuais não são aceitos, como parceiros, no processo político, salvo de forma simbólica ou folclórica. Por isso, a punição com prisões arbitrárias, as torturas psicológicas e as chantagens contra aqueles – os empresários - que contribuíram com a utilização deste “modus operandi” pelos “estranhos no ninho”.

É isso que explica a caça implacável as principais referências simbólicas “d’autrui”. Existem um consenso entre as facções das elites culturais conservadoras e parte das facções das reformistas, qual seja: é preciso urgentemente, repetem eles, que o “sang impur abreuve nos sillons”. É tal consenso que explica os processos kafkianos e a edição de leis que violam direitos consagrados universalmente, alguns deles inscritos em nossa Carta Magna.


Portanto, é preciso excluir o estranho do ninho para que, logo-logo as coisas ajeitem-se e o capital possa livremente se reproduzir neste capitalismo sem liberdades do principal agente econômico.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Um golpe com corte nitidamente racista


Estamos vivendo um momento impar na triste história de nossa triste república. Chegamos onde era difícil imaginarmos chegar, se olhássemos de cerca de trinta anos atrás. Inauguramos uma nova Constituição, deixando intactos alguns mecanismos jurídicos de intervenção política. Mecanismos estes habilmente usados pela elite cultural conservadora e uma parte da elite cultural reformista. Estas elites fortemente imbricadas nas estruturas administrativas do Estados, aliadas a setores da mídia historicamente defensora das injustiças étnicas, construíram uma aliança centrada no impedimento do avanço do “outro”, portanto centra numa visão de cultura hegemônica.

Este caldo de cultural produziu um golpe de estado revertido de legalidade. Este golpe tem elementos de todas as matizes. De classe porque financiada pelos herdeiros dos escravocratas do oeste paulista. De gênero porque defenestraram intencionalmente a primeira mulher governanta do país. De geração, pois consumado numa casa, o senado,  carcomida de políticos velhos, que estão sempre prontos a resistir a verdade de que “o novo sempre vem”. E legitimada por uma Suprema Corte acuada. Mas foi sobre tudo um golpe racista, pois os Afro-brasileiros foram os que tiveram mudanças mas significativas no processo de transformação dos últimos trinta anos de “ensaio democrático”.

Com efeito, as cotas nas universidades, as cotas nos serviços públicos e o financiamento do ensino  superior serão os importantes, mas tímidos avanços, primeiramente atingidos. Estes programas se avançassem seriam capazes de abalar a superestrutura de dominação cultural. Por isso, serão sutilmente sabotados. Mas acima de tudo, o combate á corrupção, instrumento indispensável de compensação aos empresários racistas sofrerá um indisfarçável retrocesso. Sem a corrupção dos empresários racistas não tem como compensar a impossibilidade de produção de “mais valia”.


Portanto, estes elementos tornam o golpe de agosto de 2016 diferente do golpe de primeiro de abril de 1964, dando ao de agosto um corte nitidamente racista.