quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Todos os homens do Presidente

 

Todos os homens do Presidente

Um conjunto de ações foram observadas durante e após o resultado das eleições. Ações ilegais durante o processo, omissão de autoridades diante de manifestações terrorista e manifestação de autoridades incentivando ações antidemocráticas. Há “algo de podre no reino da Dinamarca”. Houve homens responsáveis e irrespondíveis,

O golpe estava armado, mas Arthur Lira, Presidente da Câmara, principal aliado do presidente, desarmou-o ao ser o primeiro a reconhecer a vitória de LULA. Lira, como os ratos, foi o primeiro a abandonar o barco. As quarenta e quatro horas depois da derrota, foram importantes para que o inominável e irresponsável avaliasse o segundo capitulo do golpe. Qual seja a baderna nas rodovias.

A fala do presidente derrotado é um lamentável corolário de lamentação. O bilhete do presidente é o mais fiel retrato de um dirigente comprometido apenas com sua vaidade, sem apreço a democracia. Em pouco parágrafos, evidenciam enormes equívocos.

Bolsonaro quer ser um líder da direita que ele não foi durante toda sua vida política e depois de quatro anos de intolerância de todo tipo. E continua ainda a desqualificar o processo, quando justifica as manifestações.

A amplitude o bloqueio surpreendeu a muitos. Um movimento desta magnitude não poderia acontecer sem alguma coordenação. Não se pode imaginar que tenha sido um ingênuo e espontâneo de “radicais sinceros”. Foi, com certeza, um ato planejado.

Muito interessante a posição do Ministro da Justiça. Ele solicita aos "manifestantes que não impeçam o direito de ir e vir". Podem continuar protestando contra o resultado do processo democrático. Podem continuar pedindo intervenção militar. Este Ministro é mais um dos “homens do presidente”

O chefe da Polícia Rodoviária faz ação ilegal no dia da Eleição. Objetiva esta ação diminuir os votos de nordestinos. O Ministro da Justiça incentiva manifestação terrorista e antidemocrática. Todos os homens do Presidente.

Enfim, que são “os homens do presidente”?

domingo, 16 de outubro de 2022

A democracia e o processo de eleição

 

A democracia e o processo de eleição

 

Em nosso Programa pós-TV, destaquei três pontos, que vamos abordar com profundidade oportunamente. Três pontos aqui são de fundamental importância para compreender nosso atraso civilizatório. O primeiro, trata-se do financiamento de campanha. O segundo, da influência de líderes religiosos em parcela significativa do eleitorado e o terceiro da formação do cidadão enquanto eleitor. Vamos demonstrar que estes pontos distorcem todo o sentido da marcha em direção de uma democracia.

Primeiro vamos abordar o papel das religiões no processo político. A seguinte pergunta se faz obrigatória: é possível em um “Estado Teocráticos” atingir-se o bem estar de todos como prega os livros religiosos? Minha resposta de imediato é um sonora não para este plano. Em outro plano de vida, por exemplo no “paraíso”, isto será possível.

As "teocracias" nascem, crescem e morrem muito rapidamente. Mas antes, às vezes, agonizam por muitos anos. É o que estamos assistindo agora em alguns países. Este fenômeno vem germinando em nosso país. Entretanto, é bom destacar que “teocracia”, em nossas bandas, é uma teocracia de resultado. O que já antecipa sua rápida agonia.

A formação social, política e cultural seriam importantes para romper esta lógica de dominação, mas carecem de instrumentos hábeis. Por exemplo, a Lei 10.639/2003 tem seu papel duplamente obstruído. Seus adversários e seus aliados se somam para impedir sua implementação. Por isso, a educação perde seu papel libertador. Mas ela salva.

Ela, a “educação me salvou” e foi determinante para sobreviver e viver, mas esta sem a democracia seria insuficiente para superar as restrições sociais. Aqui nos referimos a democracia do concurso público. Aquela democracia que muitos se referem só será atingida com a luta incessante contra a discriminação dos afro-brasileiros, O principal entrave a democracia.

Os entreves são institucionalizados. Citamos como exemplo, o fundo de financiamento de campanha. O Fundo Eleitoral distorce o processo "democrática". As burocracias das elites culturais distribuem milhões de reais a seu bel-prazer. De tal forma, que não é o debate, a apresentação de propostas etc, que elegem seus representantes e, sim, a quantidade de milhões que recebem.

Portanto, estamos muito longe de fazer das eleições a festa da democracia. Espero não termos que enfrentar as barbáries ocorridas no berço desta grande invenção.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Democracia, Eleição e Orçamento

 

Comentários apresentados na Revista Semanal virtual da APNB. Nesta semana, como não podia deixa de ser, conversamos a respeito dos resultados das eleições. Utilizamos como título “Democracia, Eleição, Orçamento, Universidade e Pesquisa”. Nas conversas ficou evidente a conexão entre os quatro pontos da temática.

Democracia é uma construção europeia baseada no consenso cultural. Este consenso não foi possível por dadiva, ao contrário as atrocidades, violências massacres e genocídios civilizaram as elites europeias. A democracia, portanto, permite criar instrumentos de gestão e controle. Ela está baseada no direito de voto que é exercido por cada cidadão.

"A democracia não é um sistema feito para garantir que os melhores sejam eleitos, e sim, para impedir que os ruins ficam para sempre". Esta expressão é atribuída a Primeira Ministra Margareth Thatcher. Vamos testar mais uma vez nossa "Democracia", na medida em que temos uma coisa ruim que faz com que quatro anos pareça uma eternidade.

Nesta eleição dois modelos se confrontam. De um lado, uma ditadura já em curso, evidenciada pelo desrespeito às leis, pelo apelo as autoridades militares. De Outro lado, uma tentativa de resgatar os mais elementares alicerces de convivência entre os diferentes. A vida e o respeito às leis são estes elementos que serão resgatados nesta arena de luta.

O orçamento sempre foi entre nós um peça de ficção. Neste momento, ele vem sendo utilizado para impedir o avanço democrática. As evidencias são notadas no “orçamento secreto”. No contingenciamento de recursos e no seu direcionamento eleitoreiro. Tira-se verba para ensino e pesquisa, que são transferidas para pagamento do “orçamento secreto”. Para onde foi o dinheiro público. Aquele que o cidadão esforça-se para receber com o seu trabalho.

Orçamento sempre foi entre nós um peça de ficção. Ele é utilizado para impedir o avanço democrática. As evidencias são notadas no orçamento secreto, contingenciamento de recursos e no seu direcionamento eleitoreiro. Tira-se verbas das universidades para o orçamento secreto.

Destacamos que falta democracia na distribuição dos recursos das universidades nacionais. Estes recursos são distribuídos com muitos critérios, mas que se sobressai o caráter étnico regional. Isto prejudica profundamente nossa produção científica com raros destaques a nível internacional.

Os recentes contingenciamento nacional e os constantes regionais evidenciam um descaso nacional pela pelo ensino, pesquisa e extensão. Estas manobras desfiguram os orçamentos públicos, colocando-os à disposição das estruturas arcaicas das elites culturais.

Em resumo, “democracia, eleição e orçamento” são temas que se imbricam na base econômica, mas que são também temas que estão na “superestrutura”, espaço que temos obrigação de almejar.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Quem financia a campanha de quem?!

 

A REDE de Sustentabilidade, partido ao qual estou filiado, forneceu-me como ajuda financeira uma  irrisória importância. Insuficiente até para pagar o aluguel de qualquer comitê. Estes recursos são oriundos do Fundo Especial de Financiamento Eleitoral – FEFC. Isto não me aborreceu, tendo em vista que sou contra este tipo de “financiamento público” campanha eleitoral. Penso ser o cidadão o responsável pelo financiamento das lutas nas quais está inserido.

Sou contra este tipo de financiamento - FEFCE - pois entendo que qualquer proposta política deve mobilizar, política e financeiramente, o coletivo que a defende. Logo, se aquele que a defende não consegue apoio político e, principalmente financeiro, significa que suas propostas não merecem fé e sua luta não deve continuar. Isto porque os “partidos de esquerda” são hegemonizados por brancos e suas ideologias eurocentricas, logo excludentes. Não se pode esperar outra coisa, que não seja financiar aqueles que são subservientes as suas ideologias e as práticas dos governos em que são bases.

Construir uma Universidade Publica socialmente referenciada. Colocar os jovens negros nas Universidades. Ter pós-graduação de excelência com referências africanas e afro-brasileiras. Ter uma educação básica centrada na cultura de nossos antepassados e ancestrais são os temas de nossas dissertações e teses. Agora, precisamos mais que isto. Precisamos estar lá onde as decisões de financiamento são tomadas. Vamos parar de esmolar e de ser humilhado por muitos que ajudamos a eleger.

Colegas! Não peço apenas voto dos Pesquisadores Negros, uma vez que este está garantido, em razão do trabalho que realizamos nos últimos vinte anos. Peço que discutam nossas propostas com colegas e, acima de tudo, nossos alunos. Somos professores de professores. Portanto, multiplicaremos nossos votos em razão geométrica. PELO MENOS É NISSO QUE ACREDITO.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

 


 

PreTos 82 foi uma proposta do insurgente Ivan Carvalho, ao estilo de WEST. Ela rompia com todos os parâmetros de luta política contra tirania militar. Vamos relembrar este marco no dia 16 de setembro em uma "live" da APNB.

Na eleição de 82, quando a ditadura civil militar dava os seus últimos suspiros, o engenheiro e economista Ivan Carvalho tentou aglutinar os políticos negros. Num proposta insurgente. O manifesto PreTos 82 sintetizou este momento.

Em oitenta e dois, na clandestinidade muitos negros apoiaram candidatos embranquecidos, mas comprometidos com a luta por uma sociedade onde a classe operaria implantaria uma ditatura onde todos seriamos iguais.

É importante que os Afro-brasileiros reflitam neste momento eleitoral. Onde estamos e onde queremos chegar.

 


quarta-feira, 6 de julho de 2022

A PEC "Eu acho que o povo é bobo"

 

A PEC "Eu acho que o povo é bobo" deve ser apoiada vigorosamente pela oposição

 

Ao longo dos três últimos anos muitos programas sociais foram suprimidos ou teve sua abrangência limitada. Mesmo no auge da crise sanitária, as autoridades mostraram resistência em reconhecer a grave situação da população, sobretudo da população negra. Neste período, não se propôs nenhum programa social como política de governo. Acreditavam que as políticas ditas “liberais”, como a reforma trabalhista e uma ingênua lei de liberdade econômica nos levariam ao paraíso. Ledo engano!

Ao apagar das luzes de um governo de calamidades, uma boa é jogada em socorro do afogado. Acreditando, seus articuladores, na ingenuidade ou na burrice do povo brasileiro. Por isso, este deveria ser o nome desta peça: “eu acho que o povo e bobo”. Mas não é. E na hora precisa dará a resposta.

Só não percebe que estamos em estado de “emergência” quem não vai ás ruas vê a quantidade enorme de pretos em situação de indigência debaixo das marquises. Aqueles que estão em seus confortáveis gabinetes, em suas luxuosas mansões ou em seus apartamentos de luxo só lembram do povo preto no momento do voto com suas propostas eleitoreiras.

O situação indigência vista a olhos nus nas ruas, praças e jardins é uma decorrência da incapacidade deste governo de desenvolver políticas sociais, agravada pelo irresponsável engessamento dos gastos sociais públicos.

Além de defender a imediata implementação das medidas as oposições e a sociedade civil devem defender o aprimoramento das medidas e a continuidade enquanto política de governo permanente, fazendo no momento oportuno os ajustes necessários para extirpar o víeis eleitoreiro.

Não é necessário ser jurista para ver que a PEC "Eu acho que o povo é bobo" está eivada de ilegalidades. Fica, contudo evidencia-se que as elites culturais conservadoras não tem qualquer preço pelas instituições.

Portanto, apesar de todas as ilegalidades dentre as tantas já perpetradas, a PEC deve ser defendida por todos que tem algum tipo de sensibilidade social. Em resumo, só perdera aqueles que forem contra as justas medidas populistas.