sexta-feira, 22 de abril de 2016

Educação para o Atraso



O debate sobre a importância da educação para os Afro-brasileiros  parte de uma premissa falsa: A escola publica, de ma qualidade, é responsável pela estreiteza das oportunidades dos Afro-brasileiro no mercado de trabalho. E de outro lado, a boa formação privada, onde os brancos são a maioria, seria a responsável pelo alargamento das oportunidades dos brancos. Ora, mesmo que todas as escolas publicas fossem  de péssima qualidade, o que não é verdade, é sabido que as escolas privadas de boa qualidade são exceção. Logo os efeitos da educação sobre as desigualdades entre segmentos sociais devem ser bastante relativizados.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Radicalizar na resistência para aprofundar as reformas.


O Movimento Negro Unificado da Bahia coloca-se contra mais esta tentativa de violência institucional. As tímidas reformas que podem abalar a “democracia racial” são os principais alvos deste golpe transvestido do esdruxulo instrumento do “impeachment”. A incipiente tentativa de democratizar a sociedade, através de algumas ainda tímidas políticas reparatórias enseja um golpe preventivo. Por isso, é fundamental que o Povo Negro esteja mobilizado.

Não basta apenas resistir. É fundamental sair da defensiva, construindo um conjunto de ações que paralise os golpistas ao mesmo tempo que crie condições de agrupar os setores que mais prejuízos terão com a investida reacionária. As elites culturais estão na ofensiva. Precisamos sair “das cordas”.

As manifestações, concentrações e acampamento são importante, mas isto não sensibiliza os deputados, apenas interessados em manter seus privilégios e os de seus representados. Por isso, as manifestações são insuficientes. Deve ser construída uma articulação entre os diversos segmentos da sociedade civil e suas organizações. Mercado de trabalho e circulação de riqueza devem ser o alvo de uma ação conjunta. Assim, greves e ocupação de rodovias podem sensibilizar os patrões dos golpistas.


Movimento Negro Unificado - Ba

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Exclusão do outro como processo estruturaste das relações políticas.

Exclusão do outro como processo estruturante das relações políticas, sociais e econômicas na sociedade brasileira está na base de nossa atual crise política.


Existe um consenso entre as lideranças negras que a discriminação contra os afro-brasileiros estrutura nossa sociedade. Neste momento de crise política e econômica, é importante o posicionamento destas lideranças com base nesta  consenso. Por isso, elas devem ficar atenta a votos como o do Deputado Bebeto Galvão.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Descriminação e Corrupção, fantasmas xifópagos que assombram o imaginário nacional

A corrupção no Brasil não é somente uma questão moral. Ela é acima de tudo uma questão econômica determinante em nosso capitalismo periférico. Portanto, ela escapa às medidas legais e as ações jurídicas/policiais que conturbam todos os cenários da vida brasileira. Não se pode analisá-la sem que ela seja associada ao principal fator estruturante da sociedade brasileira, qual seja a discriminação, sobretudo a dos Afro-brasileiros.

É o que vamos demonstrar, utilizando um simplificado esquema marxista.

Esquema original: D = M = C + V

D = Dinheiro

M = Mercadoria

C = Capital constante (máquinas e equipamentos)

V = Capital Variável (mão de obra)

O empresário capitalista combina o capital constante(C) com o capital variável (V) pra produzir bens o serviços (M). A mercadoria é vendida por M1. Após a efetivação da venda desta mercadoria, o empresário capitalista aufere um lucro.


M1 > M =  C + V

V = Sl + P

Logo :  M1= C + Sl + P

Sl = Salário

P = “Mais-valia” ou lucro capitalista

P, mais-valia ou lucro capitalista = o trabalho não pago pelos capitalista

A mais-valia ou lucro capitalista esta diretamente relacionada aos atributos produtivos da mão de obra contratada em nossa estrutura de mercado onde a “Instituição Cultura” tem peso determinante, conforme figura abaixo.



Entretanto, a escolha da força de trabalho é condicionada pela lógica da discriminação, sobre tudo dos afro-brasileiros. Na impossibilidade aumentar a mais-valia o empresário capitalista recorrer aos processos de corrupção para garantir a reprodução do capital.


Ac = C + S1 + P + Cr

Cr, corrupção = apropriação de recursos coletivos, geralmente através do estado.

Portanto, somente com um combate duro e direto a discriminação dos afro-brasileiros é possível reduzir a corrupção a uma questão moral. E, assim, combatê-la como em todos os países civilizados.