sexta-feira, 19 de março de 2021

De líder louco a gestor covarde: um longo percurso.

 

De líder louco a gestor covarde: um longo percurso.

 

As elites culturais constroem fanfarrões para atingir seus propósitos, mas estes demonstram sua covardia logo que se veem ameaçados. Para esconder esta covardia se valem das instituições públicas.

De explodir bombas para chamar a atenção da camaradagem à se ocultar atrás das instituições para aprovar medidas necessárias e desejáveis é uma caminhada que deve ser minuciosamente estuda.

Duas medidas foram aprovadas nos últimos dias no congresso. Uma politicamente desejada pelo ocupante do palácio, e outra pessoalmente indesejada pelo mesmo. Assim, anistiar as devidas de aliados, vai com certeza render votos de imediato no parlamento. A bancada da bíblia vai retribuir com votos. Já o auxílio emergencial renderá voto na futura eleição.

Ambas as medidas foram aprovadas nas casas legislativas. A primeira, com uma manobra digna de um mafioso. Outra, com uma manobra digna de um assombrado. Doar dinheiro publico para aliados poderia render um afastamento político do locatário do palácio do planalto. Assim, manobras palacianas facilitaram a aprovação da transferência de dinheiro público, sem que o chefe pudesse ser responsabilizado.

Doar dinheiro público para salvar vidas necessitou de uma emenda a Carta Magna, embora recursos públicos abundem nos fundos estatais e em seus bancos. Um exemplo, são os bilhões que o BNDES recebe para sustentar empresários incompetentes. De fato, isto designa uma má vontade política para agilizar tal apoio. A teoria malthusiana explica esta atitude.

A conclusão chegamos é que a fanfarronice serve para esconder a covardia.

sábado, 13 de março de 2021

O Preço da Democracia

 

O Preço da Democracia

Os empresários de Salvador manifestam-se contra as medidas restritivas. Manifestam-se, na verdade, pela continuidade das mortes de seus “colaboradores”. É desta forma que deve ser vista insistência destes financiadores de campanhas eleitorais, já que o sistema público de saúde está próximo ao colapso.

Depois da manifestação, tomam seus luxuosos carros e vão para seus apartamentos de quatro quartos. Na despedida, abraçam seus solidários colaboradores. Estes, como no fim de seus expedientes, tomam ônibus e metros superlotados e vão para suas humildades residência que dividem com seus cinco, seis ou mais familiares.

Os “empresários”, caso contaminados em seus abraços de solidariedades, correm para seus planos de saúde – que todos nós financiamos – e nossos hospitais particulares. Digo nosso, porque somos nós que financiamos. Estes ainda dispõem de alguns leitos para acolheremos.

Seus abraçados e solidários colaboradores vão para os “griparios” e as UPAs em busca da última dose - de oxigênio.

Este é o preço da democracia numa sociedade extremada pela desigualdade. Quem condiciona a ação do Estado, na proteção dos cidadãos, são aqueles que financiam as campanhas eleitorais, isto é, os “empresários manifestantes”.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Livre Circulação, Crescimento e Desenvolvimento

 

Livre Circulação, Crescimento e Desenvolvimento

Livre circulação, crescimento e desenvolvimento são ideais que não podem ser separadas dentro de um sistema político que busque justiça social, como veremos.

Desenvolvimento sustentável está intrinsicamente ligado a circulação dos agentes. E este é impossível de realizar-se em sociedades profundamente desigual, como a brasileira. As profundas desigualdades impedem o funcionamento de um sistema político que dê ao individuo a autonomia e responsabilidade de suas ações e as consequências destas.

O atual modelo de exclusão tem origem no "esbulho possessório" que foi a lei da terra de 1850. Esta lei transformou oitenta porcento da população brasileira em “sem terra”. Mas as interpretações conservadoras dos papéis dos agentes foram determinantes para a consolidação da exclusão. Com efeito, a maioria da população foi considerada mentalmente despreparada. Os intelectuais das elites buscaram nos ensinamentos da ciência europeia do século XIX uma explicação nosso atraso. Este modelo, portanto, persiste até nossos dias.

Nossas elites foram alimentadas por estas interpretações e estes ensinamentos. Estas quando necessitam, são capazes de estabelecer consensos para lhes tirar das crises. Por exemplo foi assim, espetacularmente nos anos noventa. Quando estas elites foram capazes de estabelecer um consenso para pôr fim a inflação galopante deixada pela ditadura. Por isso, podem ser capazes de estabelecer outro consenso para afastar esta consequência da ditadura que hoje nos assola.

Mas as bases destas mudanças devem ser buscadas na história e na luta política através de uma nova leitura de nossa história.

Portanto, é fundamental para um verdadeiro desenvolvimento sustentável a busca de um modelo que inclua, baseado na autonomia responsabilidade de cada cidadão. Para isto, as novas elites devem se insurgir e construir novos sistemas de verdade.