Das eleições e da Cultura de Exclusão: a continuação do massacre cultural
Estas eleições foram plenas de ensinamentos. Primeiro a eleição de dois negros do PSOL para a câmara municipal de Salvador. Segundo, a boa votação do candidato deste partido para a prefeitura municipal. Superando, relativamente, partidos que contavam com excelente estrutura, tanto financeira quanto política.
A reeleição do atual alcaide não trouxe nenhuma surpresa. Apesar do abandono da cidade, a máquina pública sempre joga a favor da continuidade. As obras de fachada e a ausência de uma impressa independente, dentre outros fatores, muito contribuíram para este resultado. Qual seja, a continuidade de um gestão de pardos para brancos.
O racismo é o principal entrave ao crescimento do potencial criativo da maioria da população soteropolitana. O destrave deste obstáculo não foi profundamente discutido neste preito. Este destrave só será possível com uma reforma na educação balizada pela lei 10.639/2003 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de "história e cultura afro-brasileira" no fundamental e médio.
Parabéns ao PSOL pela brilhante performa na eleição em Salvador. Principalmente na elisão de Eliete Paraguassu e do Professor Hamilton Assis. Em uma cidade fraturada pela desigualdade racial que determina todas as demais desigualdades, politicas, econômicas, sociais e, sobretudo culturais, a conquistas destes mandatos é importantíssima.
Portanto, em uma cidade onde ˜preto vota em preto, branco vota em branco e Negro vota em Negro”, é importante a articulação dos eleitos negros para desarticular uma cultura que torna a representação de oitenta por cento a se identificar com os brancos que governam para os brancos.
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