20 de julho de 2010 20:56
Oi Nilo Rosa, seu texto, para mim, remete a um outro debate: caso o governo federal resolvesse ano que vem abrir mais 2 ou 3 universidades na Bahia, teríamos estudantes habilitados para entrar nessas instituições e desenvolver carreiras de pesquisadores, se considerarmos o quadro da educação baiana que os resultados do ENEM mostraram? Eu acho que não. E aí vem o problema que tem me parecido crucial: o que priorizar no desempenho atual das universidades federais, a pesquisa ou o esforço em tentar reparar nos estudantes os estragos feitos pela péssima educação básica? Acho essa segunda perspectiva problemática, mas percebo que ela tem se imposto como a saída emergencial para a situação. Seu discurso é consistente como projeção de necessidades para o desenvolvimento da Bahia/Nordeste, mas me parece que deveria articular-se com um enfoque para a crise da educação básica.
abç,
Jesiel - Prof. Dr. Universidade Federal de Sergipe
Caro Prof. Jesiel,
Concordo com os seus argumentos. A qualidade do ensino básico precisa ser urgentemente melhorada. Mas acho que isto não impossibilita a conquista de mais universidades para a Bahia e para o Nordeste. As duas coisas não seriam feitas em um ou dois anos. Acho possível está mudança num raio de 5 a 10 anos. Entretanto, acredito que existe uma demanda de alunos bem preparados que desejam e têm condições de entrar nas universidades e são obrigados a entrar nas universidades privadas. Por outro lado, a as Universidades têm colocado no mercado uma quantidade de mestres e doutores bem preparados que seriam ótimos professores. Que seriam fundamentais para formar bons professores para o ensino básico. Acredito que o piso salarial para os professores do ensino básico – recentemente aprovado - pode mudar este quadro, pois o salário é um ótimo motivador, não o principal, o conteúdo é também muito importante. O conteúdo do ensino básico deve imediatamente incorporar as exigências da lei 10.639/2003, pois acredito que o pouco interesse do aluno é uma decorrência, também, do abaixamento da estima dos afrobrasileiros com o conteúdo discriminador das atuais disciplinas.
NILO ROSA
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Ciência Pesquisa Tecnologia em debate
Ciência, Pesquisa e tecnologia : o debate
14 de julho
Oi Nilo, muito bom vc trazer este debate.
Agora, gostaria de colocar uma questão que é central nesta proposta que é: Que tecnologia nos serve? E aí está o problema que é pouco considerado pelas políticas públicas de pós graduação, que é a relação com os saberes ( e seus detentores) não hegemônicos e com as formas de pensar a sociedade que os povos ditos minoritários colocam como alternativa a este modelo de ciência e tecnologia hegemônico.
Aliás, acho que o problema das nossas universidades no Nordeste é também este...
Bom, vamos conversando por aqui.
Abçs
América - Profa. Dra. Universidade Federal da Bahia
Cara América,
As questões que você coloca são importantes. Não é possível determinar qual tecnologia nos serve a partir de espaços burocráticos. Somente um amplo debates com os segmentos interessados, pode nos dar esta respostas. O problema é que a “elite cultural” não tem interesse neste debate. Por isso as políticas públicas, principalmente as voltadas para área de educação superior, são centralizadas nas “grandes” academias, que têm o controle dos discursos e saberes hegemônicos.
14 de julho
Oi Nilo, muito bom vc trazer este debate.
Agora, gostaria de colocar uma questão que é central nesta proposta que é: Que tecnologia nos serve? E aí está o problema que é pouco considerado pelas políticas públicas de pós graduação, que é a relação com os saberes ( e seus detentores) não hegemônicos e com as formas de pensar a sociedade que os povos ditos minoritários colocam como alternativa a este modelo de ciência e tecnologia hegemônico.
Aliás, acho que o problema das nossas universidades no Nordeste é também este...
Bom, vamos conversando por aqui.
Abçs
América - Profa. Dra. Universidade Federal da Bahia
Cara América,
As questões que você coloca são importantes. Não é possível determinar qual tecnologia nos serve a partir de espaços burocráticos. Somente um amplo debates com os segmentos interessados, pode nos dar esta respostas. O problema é que a “elite cultural” não tem interesse neste debate. Por isso as políticas públicas, principalmente as voltadas para área de educação superior, são centralizadas nas “grandes” academias, que têm o controle dos discursos e saberes hegemônicos.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Revista afirma: carga tributária é mais injusta que excessiva
Revista afirma: carga tributária é mais injusta que excessiva
http://www.sindifisconacional.org.br/
O debate sobre os impostos pagos pela sociedade sempre tende vir à baila com a proximidade das eleições. Esta semana, a revista Carta Capital apresenta uma matéria que trata da carga tributária brasileira. Segundo a publicação, a estrutura tributária do país taxa pouco a renda e o patrimônio daqueles que ocupam o topo da pirâmide social, o que faz com que a carga seja mais injusta que excessiva, perpetue a desigualdade, desestimule os investimentos e seja moderada sobre o patrimônio.
De acordo com a revista, a estrutura tributária atual “como frisam os especialistas, perpetua as diferenças abissais entre os mais ricos e os mais pobres”. Nas famílias com renda até dois salários mínimos, o governo fica com a metade. Os mais ricos pagam um quarto. O modelo de arrecadação é uma herança do período colonial, que já taxava pouco a renda e o patrimônio dos mais ricos.
A revista traz a público um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas) que indica que, atualmente, os 10% mais ricos se apropriam de 75% da riqueza . No fim do século XVIII, na então sociedade escravocrata carioca, a parcela mais rica era mais moderada em sua ofensiva, ficava com 69% do bolo.
Com doutorado sobre o sistema tributário brasileiro, o economista e professor da UnB (Universidade de Brasília) Evilásio Salvador, que é um dos entrevistados na matéria, centra suas críticas na distribuição do bolo tributário. “O problema não é o nível da carga, que nem é tão alto assim, como os empresários gostam de dizer. Temos um monstrengo regressivo que taxa principalmente o consumo, por meio de impostos indiretos, como o ICMS, pago por todos, independentemente da condição social”, argumenta o economista.
Outra fonte citada na matéria é o economista-chefe da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castelo Branco, que tem uma opinião divergente e argumenta que a carga tributária brasileira é das mais elevadas do mundo. “O gasto público é semelhante apenas ao de alguns países da Europa Ocidental. Na América Latina, todos os países pagam menos impostos”, comenta o economista-chefe da confederação.
Para o Sindifisco Nacional, os pontos principais expostos na matéria são os mesmos defendidos pelo Sindicato, que há muitos anos, por meio de estudos técnicos, vem mostrando que a taxação, de fato, é injusta com os brasileiros de baixa renda, que acabam contribuindo, percentualmente, com uma maior parte do que ganham, e é mais maleável com quem tem renda mais elevada, o que contribui para gerar maiores desigualdades sociais.
http://www.sindifisconacional.org.br/
O debate sobre os impostos pagos pela sociedade sempre tende vir à baila com a proximidade das eleições. Esta semana, a revista Carta Capital apresenta uma matéria que trata da carga tributária brasileira. Segundo a publicação, a estrutura tributária do país taxa pouco a renda e o patrimônio daqueles que ocupam o topo da pirâmide social, o que faz com que a carga seja mais injusta que excessiva, perpetue a desigualdade, desestimule os investimentos e seja moderada sobre o patrimônio.
De acordo com a revista, a estrutura tributária atual “como frisam os especialistas, perpetua as diferenças abissais entre os mais ricos e os mais pobres”. Nas famílias com renda até dois salários mínimos, o governo fica com a metade. Os mais ricos pagam um quarto. O modelo de arrecadação é uma herança do período colonial, que já taxava pouco a renda e o patrimônio dos mais ricos.
A revista traz a público um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas) que indica que, atualmente, os 10% mais ricos se apropriam de 75% da riqueza . No fim do século XVIII, na então sociedade escravocrata carioca, a parcela mais rica era mais moderada em sua ofensiva, ficava com 69% do bolo.
Com doutorado sobre o sistema tributário brasileiro, o economista e professor da UnB (Universidade de Brasília) Evilásio Salvador, que é um dos entrevistados na matéria, centra suas críticas na distribuição do bolo tributário. “O problema não é o nível da carga, que nem é tão alto assim, como os empresários gostam de dizer. Temos um monstrengo regressivo que taxa principalmente o consumo, por meio de impostos indiretos, como o ICMS, pago por todos, independentemente da condição social”, argumenta o economista.
Outra fonte citada na matéria é o economista-chefe da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castelo Branco, que tem uma opinião divergente e argumenta que a carga tributária brasileira é das mais elevadas do mundo. “O gasto público é semelhante apenas ao de alguns países da Europa Ocidental. Na América Latina, todos os países pagam menos impostos”, comenta o economista-chefe da confederação.
Para o Sindifisco Nacional, os pontos principais expostos na matéria são os mesmos defendidos pelo Sindicato, que há muitos anos, por meio de estudos técnicos, vem mostrando que a taxação, de fato, é injusta com os brasileiros de baixa renda, que acabam contribuindo, percentualmente, com uma maior parte do que ganham, e é mais maleável com quem tem renda mais elevada, o que contribui para gerar maiores desigualdades sociais.
Assinar:
Postagens (Atom)