quinta-feira, 7 de abril de 2016

Descriminação e Corrupção, fantasmas xifópagos que assombram o imaginário nacional

A corrupção no Brasil não é somente uma questão moral. Ela é acima de tudo uma questão econômica determinante em nosso capitalismo periférico. Portanto, ela escapa às medidas legais e as ações jurídicas/policiais que conturbam todos os cenários da vida brasileira. Não se pode analisá-la sem que ela seja associada ao principal fator estruturante da sociedade brasileira, qual seja a discriminação, sobretudo a dos Afro-brasileiros.

É o que vamos demonstrar, utilizando um simplificado esquema marxista.

Esquema original: D = M = C + V

D = Dinheiro

M = Mercadoria

C = Capital constante (máquinas e equipamentos)

V = Capital Variável (mão de obra)

O empresário capitalista combina o capital constante(C) com o capital variável (V) pra produzir bens o serviços (M). A mercadoria é vendida por M1. Após a efetivação da venda desta mercadoria, o empresário capitalista aufere um lucro.


M1 > M =  C + V

V = Sl + P

Logo :  M1= C + Sl + P

Sl = Salário

P = “Mais-valia” ou lucro capitalista

P, mais-valia ou lucro capitalista = o trabalho não pago pelos capitalista

A mais-valia ou lucro capitalista esta diretamente relacionada aos atributos produtivos da mão de obra contratada em nossa estrutura de mercado onde a “Instituição Cultura” tem peso determinante, conforme figura abaixo.



Entretanto, a escolha da força de trabalho é condicionada pela lógica da discriminação, sobre tudo dos afro-brasileiros. Na impossibilidade aumentar a mais-valia o empresário capitalista recorrer aos processos de corrupção para garantir a reprodução do capital.


Ac = C + S1 + P + Cr

Cr, corrupção = apropriação de recursos coletivos, geralmente através do estado.

Portanto, somente com um combate duro e direto a discriminação dos afro-brasileiros é possível reduzir a corrupção a uma questão moral. E, assim, combatê-la como em todos os países civilizados.



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