A
corrupção no Brasil não é somente uma questão moral. Ela é acima de tudo uma
questão econômica determinante em nosso capitalismo periférico. Portanto, ela
escapa às medidas legais e as ações jurídicas/policiais que conturbam todos os
cenários da vida brasileira. Não se pode analisá-la sem que ela seja associada
ao principal fator estruturante da sociedade brasileira, qual seja a
discriminação, sobretudo a dos Afro-brasileiros.
É o que vamos demonstrar, utilizando um simplificado esquema
marxista.
Esquema original: D = M = C + V
D = Dinheiro
M = Mercadoria
C = Capital constante (máquinas e equipamentos)
V = Capital Variável (mão de obra)
O
empresário capitalista combina o capital constante(C) com o capital variável
(V) pra produzir bens o serviços (M). A mercadoria é vendida por M1. Após a
efetivação da venda desta mercadoria, o empresário capitalista aufere um lucro.
M1 > M = C + V
V = Sl + P
Logo : M1= C + Sl + P
Sl = Salário
P = “Mais-valia” ou lucro capitalista
P, mais-valia ou lucro capitalista = o trabalho não pago pelos
capitalista
A
mais-valia ou lucro capitalista esta diretamente relacionada aos atributos
produtivos da mão de obra contratada em nossa estrutura de mercado onde a “Instituição
Cultura” tem peso determinante, conforme figura abaixo.
Entretanto,
a escolha da força de trabalho é condicionada pela lógica da discriminação,
sobre tudo dos afro-brasileiros. Na impossibilidade aumentar a mais-valia o
empresário capitalista recorrer aos processos de corrupção para garantir a
reprodução do capital.
Ac = C + S1 + P + Cr
Cr, corrupção = apropriação de recursos coletivos, geralmente
através do estado.
Portanto,
somente com um combate duro e direto a discriminação dos afro-brasileiros é
possível reduzir a corrupção a uma questão moral. E, assim, combatê-la como em
todos os países civilizados.
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