"LULA, FHC, Ciro, Dino e Maia vão dividir palanque virtual no dia do trabalho". A quem serve a lamentável união das elites culturais.
Quando escrevi: “lamentável”
referia-me aos interesses do Povo Negro. A divisão das elites culturais é importantíssima
para os projetos insurgentes.
As quatro citadas lideranças
são digníssimas representantes das elites culturais. Guardando as devidas
proporções, seus projetos são divergentes. No entanto, existe um consenso entre
elas, qual seja a imperiosa necessidade de manter os Negros afastados do poder.
É agradável anotar, entretanto, que LULA em decorrência das contradições dos segmentos
que o sustenta fez avançar algumas medidas, importantes, embora tênues que motivaram
toda esta “pandemia política” que nos assola desde o golpe sobre a sucessora
que ele fez.
Lula, Dino, FHC e Ciro
representam a elite cultural reformista, para a qual todas as reformas podem
ser possíveis, menos aquelas que possibilitem uma efetiva disputa cultural. Nomeiam
negros para as pastas do esporte, da cultura e coisas afins. Adotam algumas
medidas liberalizantes como o domínio machista contra o corpo, o respeito as
diferenças de gênero, e aí..., não por diante. Mas, o modelo judaico/cristão
ocidental tem que permanecer intocável. Portanto, é o domínio cultural sua
maior preocupação,
Maia representa a elite
cultural conservadora, onde estão os ACMs, os Bonhausem, o atual presidente,
para os quais o ideal é o retorno à escravidão. Mas se contentam, no momento,
com o retorno das trabalhadoras domésticas aos trabalhos dominicais. Para este
grupo, negro é folclórico, índio deve ser exterminado, quilombo é terra de
negro fujão e o corpo pertence ao estado.
Em resumo, para as elites
insurgentes, nas quais nos incluímos, o ideal é apostar na divisão dos segmentos
que apoiam as lideranças citadas. Com a disputa entre elas podemos fazer avançar
algumas propostas que podem fazer avançar a disputa cultural na sociedade
brasileira.