sábado, 25 de abril de 2020

As lideranças das elites se unem para que?


"LULA, FHC, Ciro, Dino e Maia vão dividir palanque virtual no dia do trabalho". A quem serve a lamentável união das elites culturais.


Quando escrevi: “lamentável” referia-me aos interesses do Povo Negro. A divisão das elites culturais é importantíssima para os projetos insurgentes.

As quatro citadas lideranças são digníssimas representantes das elites culturais. Guardando as devidas proporções, seus projetos são divergentes. No entanto, existe um consenso entre elas, qual seja a imperiosa necessidade de manter os Negros afastados do poder. É agradável anotar, entretanto, que LULA em decorrência das contradições dos segmentos que o sustenta fez avançar algumas medidas, importantes, embora tênues que motivaram toda esta “pandemia política” que nos assola desde o golpe sobre a sucessora que ele fez. 


Lula, Dino, FHC e Ciro representam a elite cultural reformista, para a qual todas as reformas podem ser possíveis, menos aquelas que possibilitem uma efetiva disputa cultural. Nomeiam negros para as pastas do esporte, da cultura e coisas afins. Adotam algumas medidas liberalizantes como o domínio machista contra o corpo, o respeito as diferenças de gênero, e aí..., não por diante. Mas, o modelo judaico/cristão ocidental tem que permanecer intocável. Portanto, é o domínio cultural sua maior preocupação,


Maia representa a elite cultural conservadora, onde estão os ACMs, os Bonhausem, o atual presidente, para os quais o ideal é o retorno à escravidão. Mas se contentam, no momento, com o retorno das trabalhadoras domésticas aos trabalhos dominicais. Para este grupo, negro é folclórico, índio deve ser exterminado, quilombo é terra de negro fujão e o corpo pertence ao estado. 


Em resumo, para as elites insurgentes, nas quais nos incluímos, o ideal é apostar na divisão dos segmentos que apoiam as lideranças citadas. Com a disputa entre elas podemos fazer avançar algumas propostas que podem fazer avançar a disputa cultural na sociedade brasileira.

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