O Preço da Democracia
Os empresários de Salvador manifestam-se contra as medidas restritivas.
Manifestam-se, na verdade, pela continuidade das mortes de seus
“colaboradores”. É desta forma que deve ser vista insistência destes
financiadores de campanhas eleitorais, já que o sistema público de saúde está
próximo ao colapso.
Depois da manifestação, tomam seus luxuosos carros e vão para seus apartamentos
de quatro quartos. Na despedida, abraçam seus solidários colaboradores. Estes,
como no fim de seus expedientes, tomam ônibus e metros superlotados e vão para
suas humildades residência que dividem com seus cinco, seis ou mais familiares.
Os “empresários”, caso contaminados em seus abraços de solidariedades, correm
para seus planos de saúde – que todos nós financiamos – e nossos hospitais
particulares. Digo nosso, porque somos nós que financiamos. Estes ainda dispõem
de alguns leitos para acolheremos.
Seus abraçados e solidários colaboradores vão para os “griparios” e as UPAs
em busca da última dose - de oxigênio.
Este é o preço da democracia numa sociedade extremada pela desigualdade.
Quem condiciona a ação do Estado, na proteção dos cidadãos, são aqueles que
financiam as campanhas eleitorais, isto é, os “empresários manifestantes”.
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