A democracia e o
processo de eleição
Em nosso Programa pós-TV,
destaquei três pontos, que vamos abordar com profundidade oportunamente. Três
pontos aqui são de fundamental importância para compreender nosso atraso
civilizatório. O primeiro, trata-se do financiamento de campanha. O segundo, da
influência de líderes religiosos em parcela significativa do eleitorado e o
terceiro da formação do cidadão enquanto eleitor. Vamos demonstrar que estes
pontos distorcem todo o sentido da marcha em direção de uma democracia.
Primeiro vamos abordar
o papel das religiões no processo político. A seguinte pergunta se faz
obrigatória: é possível em um “Estado Teocráticos” atingir-se o bem estar de
todos como prega os livros religiosos? Minha resposta de imediato é um sonora
não para este plano. Em outro plano de vida, por exemplo no “paraíso”, isto
será possível.
As "teocracias" nascem, crescem e morrem muito
rapidamente. Mas antes, às vezes, agonizam por muitos anos. É o que estamos
assistindo agora em alguns países. Este fenômeno vem germinando em nosso país.
Entretanto, é bom destacar que “teocracia”, em nossas bandas, é uma teocracia
de resultado. O que já antecipa sua rápida agonia.
A formação social, política
e cultural seriam importantes para romper esta lógica de dominação, mas carecem
de instrumentos hábeis. Por exemplo, a Lei 10.639/2003 tem seu papel duplamente
obstruído. Seus adversários e seus aliados se somam para impedir sua
implementação. Por isso, a educação perde seu papel libertador. Mas ela salva.
Ela, a “educação me salvou” e foi determinante para
sobreviver e viver, mas esta sem a democracia seria insuficiente para superar
as restrições sociais. Aqui nos referimos a democracia do concurso público.
Aquela democracia que muitos se referem só será atingida com a luta incessante
contra a discriminação dos afro-brasileiros, O principal entrave a democracia.
Os entreves são
institucionalizados. Citamos como exemplo, o fundo de financiamento de
campanha. O Fundo Eleitoral
distorce o processo "democrática". As burocracias das elites
culturais distribuem milhões de reais a seu bel-prazer. De tal forma, que não é
o debate, a apresentação de propostas etc, que elegem seus representantes e,
sim, a quantidade de milhões que recebem.
Portanto, estamos muito
longe de fazer das eleições a festa da democracia. Espero não termos que
enfrentar as barbáries ocorridas no berço desta grande invenção.
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