Manifestação em repúdio à exclusão dos escritores afro-brasileiros
O Movimento Negro
Unificado-BA vem associar-se às entidades do movimento negro em protesto contra a inexpressiva quantidade de negras e negros
na delegação brasileira na Feira do Livro em Frankfurt,
conforme as denúncias da surpresa imprensa alemã.
Tal denúncia causou indignação
para aqueles que lutam contra as propostas de invisibilização do negro na
sociedade brasileira. A ausência de negras e negros, naquela atividade, revala
uma tentativa de exclusão que não é mais despercebida naquele e em outros
países. A tentativa de mostrar uma cara europeia da sociedade brasileira não
consegue mais convencer a parte do mundo de onde parcela minoritária da
sociedade brasileira é oriunda. Esta impossibilidade decorre exatamente da inserção
dos negros e das negras nos espaços intelectuais, artísticos e literários
daqueles países.
Mas, se a denuncia da
imprensa alemã causou indignação aos anfitriões;
as justificativas das autoridades brasileiras evidenciam o grau de
discriminação na visão destas autoridades. Ao afirmar que critérios estéticos
motivaram as escolhas, tais autoridades ofendem a todos os afro-brasileiros,
sobretudo as escritoras negras e aos
escritores negros, estes tem produção de altíssima qualidade e apreciada em
todos os mercados.
Esta atitude contraria
os avanços legais e institucionais que os negros vêm conquistando em nossa sociedade.
Embora poucos, estes avanços são importantes se compararmos com a hipocrisia da
democracia racial, historicamente defendida pela elite cultural nos exterior. Com
efeito, a lei das cotas nas universidades federais, a Lei 103623/2003, o
Estatuto da Igualdade Racial são marcos legais fundamentais para a luta de
restrição à liberdade que representa o racismo em nosso país.
Por isso, o MNU-BA
deseja se associar, na compreensão de que a decisão foi ilegal, merecendo,
portanto uma interpelação jurídica ao encontro dos responsáveis por tal
decisão. Estamos dispostos, portanto, a
nos juntarmos a todas e todos que desejam reparação jurídica para tal
ilegalidade.
Bahia, 20 de novembro 2013.
Movimento Negro
Unificado - Bahia
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