sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Manifestação em repúdio à exclusão dos escritores afro-brasileiros

 Manifestação em repúdio à exclusão dos escritores afro-brasileiros 


O Movimento Negro Unificado-BA vem associar-se às entidades do movimento negro em protesto  contra a inexpressiva quantidade de negras e negros na delegação brasileira na  Feira do Livro em Frankfurt, conforme as denúncias da surpresa imprensa alemã.
Tal denúncia causou indignação para aqueles que lutam contra as propostas de invisibilização do negro na sociedade brasileira. A ausência de negras e negros, naquela atividade, revala uma tentativa de exclusão que não é mais despercebida naquele e em outros países. A tentativa de mostrar uma cara europeia da sociedade brasileira não consegue mais convencer a parte do mundo de onde parcela minoritária da sociedade brasileira é oriunda. Esta impossibilidade decorre exatamente da inserção dos negros e das negras nos espaços intelectuais, artísticos e literários daqueles países.
Mas, se a denuncia da imprensa alemã causou  indignação aos anfitriões; as justificativas das autoridades brasileiras evidenciam o grau de discriminação na visão destas autoridades. Ao afirmar que critérios estéticos motivaram as escolhas, tais autoridades ofendem a todos os afro-brasileiros, sobretudo as escritoras negras  e aos escritores negros, estes tem produção de altíssima qualidade e apreciada em todos os mercados.
Esta atitude contraria os avanços legais e institucionais que os negros vêm conquistando em nossa sociedade. Embora poucos, estes avanços são importantes se compararmos com a hipocrisia da democracia racial, historicamente defendida pela elite cultural nos exterior. Com efeito, a lei das cotas nas universidades federais, a Lei 103623/2003, o Estatuto da Igualdade Racial são marcos legais fundamentais para a luta de restrição à liberdade que representa o racismo em nosso país.
Por isso, o MNU-BA deseja se associar, na compreensão de que a decisão foi ilegal, merecendo, portanto uma interpelação jurídica ao encontro dos responsáveis por tal decisão. Estamos dispostos, portanto,  a nos juntarmos a todas e todos que desejam reparação jurídica para tal ilegalidade.

Bahia, 20 de novembro 2013.

Movimento Negro Unificado - Bahia

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