sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sem Confiança, Sem Crédito, Logo, Sem Crescimento

SEM CAPITAL
 A falta de confiança que os detentores do capital na maioria dos empreendedores afro-brasileiros na economia popular não impede a continuidade de seus negócios. Mesmo sem capital estes empreendedores recorrem a fórmulas criativas para acumular bens físico e patrimônios simbólicos.
Recentemente o Bank Of America teve um multa mais de trezentos milhões de dólares em decorrência de um processo que o condenou por discriminação no fornecimento de crédito aos afro americanos e hispânicos. A estes segmentos sociais este banco cobra juros mais elevados.  A justiça americana agindo como aparelho de estado regulou a relação. Este procedimento seria totalmente impossível no capitalismo brasileiro.

Sem um equitável acesso ao credito, não haverá saída para o desenvolvimento Brasileiro. Chamo de equitável acesso ao credito, politicas econômicas universalistas focadas “Helio Santos”, que reparem os séculos de exclusão dos afro-brasileiros deste indispensável instrumento de desenvolvimento.

O Banco Central deve ter aquilo que Hélio Santos chama de politica universal focada. Os empreendedores afro-brasileiros devem ter linhas de credito direto do Ministério da Fazenda a juros que permitam a reprodução do capital em condições equitaveis com o grande capital, quais sejam, prazo de carência e longo prazo de pagamento.

Isto só poderá ser conseguido através de uma longa luta politica. Esta luta deve ser capitaneada pelos intelectuais que Milton Santos chama de intelectuais públicos. Estes intelectuais devem construir organizações insurgentes. Isto é organizações não atreladas aos interesses do estado. Devem questionar as categorias impostas pelos intelectuais das elites culturais. Só desta forma é  possível construir um verdadeiro desenvolvimento.

Através de um política universal de juros focada nos setores, localidades e atividades onde atuam, residem os afro-brasileiros, será possível desatar o laço do nosso crescimento econômico. Com juros reais baixos os empreendedores afro-brasileiros poderão aumentar a produção de riqueza.

Entretanto, como diz Hélio SANTOS, “os juros reais ... podem cair e se aproximar de zero, mesmo assim não creio que teremos os empregos no volume que necessitamos. Haverá e já há um soluço de crescimento – jamais desenvolvimento verdadeiro”.  Tendo em vista que a discriminação contra os empreendedores afro-brasileiros prejudica toda a economia nacional, ela deve ser entendida como restrição a liberdade individual, logo ela é uma barreira a capacidade de geração de riqueza. Por isso, a luta deve ir além do econômico.

Não falta capital quando os interessados são grandes especuladores  e aventureiros. As aplicações do BNDES comprovam as vultosas doações a este segmento. Nos últimos anos o Tesouro Nacional faz pesadas transferências a este banco dito social para socorrer seu caixa na farra dos empréstimos a investimentos de retorno duvidosos. A mesmas práticas se repetem nos bancos de fomento estaduais. Assim, são bilhões de reais desperdiçados com a economia especulativa.

Por outro lado, a econômica produtiva necessita de repor “as guias” para girar seus negócios. Os empreendedores deste segmento precisam recorrer a parentes e amigos para levantar os recursos necessários. Com muito sacrifício estes empreendedores acumulam para construir suas residências, educar seus filhos. Em fim, tocar suas vidas, mas sem capacidade de expandir seus negócios, uma vez que estão a todo tempo sendo acossado pelos agentes do terror estatal, sua polícia administrativa.

Podemos concluir que o racismo institucional tem papel decisivo no atraso das atividades econômicas. Os bancos privados discriminam os afro-brasileiros negando a estes o capital necessário à expansão de seus negócios. Já os bancos públicos comerciais achacam seus clientes com suas consignações com juros exorbitantes enquanto os bancos públicos de fomento sustentam empreendimentos sem possibilidade de retorno.





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