terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sem confiança, sem credito logo sem crescimento


Sem confiança

As medidas tomadas pela equipe econômica poderiam trazer bons resultados se fossem aplicadas em um país capitalista. Mas para o Brasil, elas são ineficazes. Não somos capitalistas estrito senso. Neste sistema a existência de confiança entre os agentes é fundamental.

Credere” palavra latina na origem de crer, acreditar, e também da palavra crédito. Numa sociedade com hipertrofia da instituição cultural no mercado a confiança é o elemento decisivo. Somente aqueles em quem os detentores do capital confiam são destinados os recursos indispensáveis para produzir riquezas. Neste momento, o racismo manifesta-se como restrição a liberdade de acesso equitável ao credito bancário.

A política de financiamento público focado se dá através do BNDES, quando o governo empresta aos grandes grupos empresariais vultosas quantias com juros reduzidos e a perder de vista. Um economista conservador afirmou que o Ministério do Desenvolvimento Social dá a bolsa família para os pobres e o BNDES dá a bolsa família para os ricos. É impossível negar o “racismo instituição” praticado por este banco dito social, assim como o praticado pelo Banco Central, dito neutro e técnico, nas políticas de controle das taxas de juros.

Para que haja investimento é indispensável que haja capital. No capitalismo, como o próprio nome diz, o capital é a mola propulsora do progresso. Os empreendedores afro-brasileiros majoritários na sociedade passiva “Milton Santos`` da são o exemplo típico de empresários que não tem confiança dos donos de capital, todos da elite cultural conservadora. E, muito menos dos bancos públicos, controlados pelas elites conservadora e progressista.

A economia popular, chamada pejorativamente de ´´mercado informal” é o setor que mais emprega na economia. Este setor é verdadeiramente o setor dinâmico da economia ´´Milton Santos´´. Nele os Afro-brasileiros representam em torno de 50%, no caso da Bahia, mais de 90%. Esta peculiaridade obriga as elites culturais a manter uma elevada taxa de juros. Logo, de impossível acesso.


Portanto, é indispensável que o capitalismo brasileiro se modernize e inclua a maioria dos empreendedores em seus instrumentos de promoção econômica. 

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