quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Estado e a ineficiência empresarial


Uma reforma administrativa não pode se resumir a diminuir o número de ministério ou reduzir o número de funcionários, sejam os concursados ou os admitidos em cargo de confiança por indicação política. Devemos presumir que o atual quadro é fruto da necessidade administrativa e política. São essas necessidades que devem ser objetivo de um debate inicial.
Ela deve ter como objetivo tornar a máquina pública mais eficaz, o que pode levar até mesmo ao aumento do número  ministério, assim como de funcionários. Acima de tudo ele deve ser eficiente na defesa da liberdade do cidadão. No momento, a ineficiência da administração pública decorre da proteção que ela dedica a setores empresariais ineficientes. Portanto, o objetivo de qualquer reforma administrativa deve ser fortalece-lo com objetivo de garantir a liberdade do cidadão.
Nota-se que o atual quadro político esta dentro de uma lógica de sistema que obriga existência de abrigo para os quadros dos partidos políticos que estão no poder. Por isso, a existência de milhares de cargos de confiança se explica. As indicações atendem aqueles que ajudaram a eleger o deputado, governador ou prefeito, que chegando ao poder deveriam dar sustentação a quem os indicou. Em contra partida, os indicados empreenderiam as políticas que contribuíram para eleição dos indicadores. Portanto, as indicações politicas estão perfeitamente enquadradas dentro da logica do sistema. É esta logica que se deve mudar.
Por outro lado, o quadro de servidores administrativo admitidos por concurso público deveria estar em conexão direta com as necessidades da população que deveriam atender. Entretanto, o que notamos é, muitas vezes, um grande afastamento do servidor das necessidades da população. É, entretanto, esta necessidade que determina quem esta no poder, mais diretamente, quem ganhou eleição é que seria capaz de atender as necessidades do eleitor. Não é entretanto, esta logica que determina o resultado da eleição.
Portanto, verificamos que a reforma política e a reforma administrativa estão intimamente relacionadas. A questão que se coloca é se é possível realiza-las ao mesmo tempo. Caso isto seja impossível, qual deveria vir primeiro. Existe um consenso de que a reforma politica é a “mãe” de todas as reformas. Mas qual a reforma política que seria capaz de resolver a questão das necessidades administrativas e a necessidade de representação no poder?

Esta questão deveria estar no centro do debate político. A população não se vê representada no poder. E os políticos eleitos não guardam  afinidade com o eleitorado. As elites assumem o poder para impor seus projetos de continuidade através de vários expedientes.  Portanto, uma reforma política de fato só será possível quando uma nova elite, identificada com a população atingir o espaço do poder politico.

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