Treze de Maio: nada a comemorar
Treze de maio nada a comemorar.
A mentira e a violência contra a cultura são fundamentais para a manutenção do racismo. É isto que pretendemos demostrar com este breve texto que nos motiva o aniversário da lei da farsa.
Esta data é a maior farsa de nossa história, que já é um acumulado de mentiras oficiais. Fingiu-se acabar com quase quatro século de exploração e com três linhas de uma lei. As elites culturais do país agiram desta forma pressionadas pela crise econômica e pela pressão internacional, assinando mais uma lei para “inglês ver”. Como diz o poeta: “livre do acoite da senzala, preso na miséria da favela”.
A farsa reforça-se quando computamos a quantidade de escravizados existentes no país quando foi assinada esta lei. Em números aproximados, chegamos a menos de 10% da população negra nesta condição. A maioria estava localizada nos centros de expansão econômica, principalmente no oeste paulista, área de expansão da “indústria” cafeeira.
Um quantitativo significativo de afro-brasileiro já estava livre da escravização, mas estavam presos a miséria do racismo e das leis opressoras que não foram abolidas na farsa das três linhas. Estes eram, entretanto, a maioria da população brasileira. Por isso, as elites culturais iniciaram um processo de tentativa de.apagamento das culturas dos descendentes de africanos. Hegemônicas naquele momento.
Em razão do racismo, cento e trinta e cinco após mais uma “lei para inglês ver” o Povo Negro continua, em sua esmagadora maioria, à margem dos avanços da modernidade ocidental. Sem possibilidade de livre circulação, não conseguimos produzir riquezas. Mesmo os poucos que as produzem veem os frutos de seus trabalhos serem transferidos aos “herdeiros da rainha” em razão do racista.
Portanto, nesta data de hoje, de nada a comemorar, é fundamental que se restabeleça a verdade histórica para que possamos usufruir de uma verdadeira liberdade, fazendo avançar nossas tradições culturais de tal forma que haja equilíbrio dentro da instituição enquanto cultura no mercado. Somente com este equilíbrio nos apropriaremos do produto de nosso trabalho.
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