É preciso avançar sobre as elites culturais, por
isso é fundamental que o movimento negro construa um discurso de insurgência
É preciso avançar sobre as elites culturais. Esta é
uma conclusão que se pode chegar da atual tentativa de derrubar a
presidente Dilma. A articulação das elites não pode resistir a
unidade do movimento social; e o movimento negro deve construir um discurso
insurgente.
O processo de derrubada
de Dilma não é, como muitos querem acreditar, uma coisa de um desesperado, que,
agindo por vingança, aceitou os argumentos do advogado do PSDB, Miguel Reale, e
de um ex-militante do PT, frustrado por que não foi indicado para embaixador na
Suíça, Hélio Bicudo. Trata-se de uma peça bem acabada de uma grande articulação
politica que envolve os oposicionistas derrotados nas eleições, Aecio, Alkimin,
e Jose Serra e Fernando Henrique Cardoso, este ultimo derrotado na politica, na
economia e no social e setores empresariais, mais precisamente setores da FIESP,
esta sempre afeta a apoiar golpistas.
Esta aliança entre
políticos decadentes e setores econômicos atrasados não tem possibilidade de
prosperar. A ultima vez que ela prosperou foi porque teve apoio das forças
armadas e de potencias estrangeiras, na época da “guerra fria”. As ditaduras
eram incentivadas e apoiadas pelos capitais internacionais que precisavam de
matéria prima e mão de obra baratas. Não é o que acontece no momento. A “opinião
pública”, ou melhor a opinião publicada na imprensa financeira internacional
não manifestou nenhuma opinião favorável ao golpe, transvestido de
“possibilidade constitucional”.
A reação do movimento
social, do movimento negro, dos intelectuais, do movimento sindical foi rápida
e unanime: “não haverá golpe”. Embora tímida as reformas sociais, elas foram
suficientes para assustar as elites culturais. Com efeito, A base da decisão política de Cunha é o temor do avanço de uma outra
centralidade na disputa política. A centralidade da Cultura é a única que pode
trazer mudanças politicas efetivas no país.
Portanto, urge unir os setores que reagiram unânimes a tentativa de golpe
para construir um novo projeto de sociedade, onde a justiça social, política e economia
será a base da construção social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário