A democracia
se construí a cada dia, pois ela é o resultado do exercício da liberdade. A
escolha por voto dos dirigentes é um passo importante, mas, por si só, não
legítima o exercício desta liberdade.
Pois:
Ganharam
aqueles que se omitem diante do extermínio da juventude negra. Perderam aqueles
que podem a qualquer momento compor esta estatísticas macabra. Ganharam aqueles
que defendem uma educação europeizada. Perderam aqueles que defendem a inclusão
da história do negro no ensino. Ganharam aqueles que excluem os negros da
possiblidade de disputa destacada pelo poder. Perderam aqueles que,
conscientemente, como negros, pleitearam destaque nos espaços majoritários de
disputa pelo poder. É com estes “perdedores” que me afino.
Aqueles que
fazem comparações com a eliminação de jovens negros e também excluem negro do
destaque no processo politico. Aqueles que através de suas estruturas politicas
excluem os negros da possiblidade de destaque. Aqueles que utilizam negros para
chegar ao poder e depois os descartam. Estes são do mesmo campo
politico/cultural. Neste campo, não me incluo.
No entanto,
fizemos um belo exercício para a construção da democracia. Esta será
concretizada quando o campo dos excluídos tiver um papel preponderante. Esta
preponderância provocará a redução do papel das elites culturais que
representam o campo dos atuais ganhadores.
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