Aos tantos dias do ano de 2016, depois de Cristo, a
Elite Cultural Conservadora e a maioria da Elite Cultural Reformista faliu ao
editar a Medida Provisória 241. Na impossibilidade de propor medida para gerar
um país economicamente de acordo com suas dimensões territoriais, estas elites
adotam medidas para tornar o país economicamente de acordo com suas reduzidas
mentalidades. Que são medíocres e em desacordo com a modernidade a qual elas
tentam se incluir. Portanto, verificamos um retorno ao projeto do fim do século
XIX, qual seja clarear a população brasileira.
Naquele projeto das elites, apenas uma parcela da
população brasileira podia se beneficiar do fruto dos avanços da humanidade,
tendo em vista que, para elas, a outra parte não se enquadra nesta categoria. Há
um pouco mais de um século, esta outra parte vem sendo exterminada. No início,
pelo abandono após o fim do trabalho forçado, atualmente pelo extermínio da
juventude negra. As restrições políticas e econômicas não foram suficientes
para enquadrar a maioria da população brasileira. Assim, medidas mais radicais
vem sendo tomadas nas últimas décadas.
Observa-se que parte significativa da Elite Cultural
Reformista se amesquinhou. Amedrontada com o grito de “nós vamos invadir sua praia”,
este segmento aderiu ao projeto da Elite Cultural conservadora, qual seja
construir um país sem negros. Por isso, o velho projeto de extermínio polui a
mente de suas principais lideranças.
Não se pode analisar esta retomada do velho projeto de
extermínio sem analisar as mudanças econômicas engendradas pelas elites
culturais depois do fim da ditadura. Depois deste período de trevas, o Plano
Real foi o primeiro consenso destas elites. Mas não bastava artificialmente
baixar a inflação. Era, acima de tudo, necessário engessar o Estado, por isso a
edição da Lei de Responsabilidade. A Lei da Responsabilidade Fiscal foi a
primeira tentativa de bloquear o avanço do fazer político.
Agora, afastada parte resistente da elite reformista,
a PEC 241 configura se como a segunda oportunidade para a construção de um novo
consenso. A estupida medida visa acima de tudo matar o fazer político. Esta
ação servirá principalmente aos velhos “Coronéis do Oeste”. Estes, embora sem
legitimidade, continuara mandando na “nova república”.
Portanto, devemos analisar o projeto falido de extermínio,
as sucessivas tentativas de consenso das elites culturais e a covardia de setores das elites culturais reformistas
como elementos para a construção de um projeto de insurgência.
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