A “democracia relativa” definida na ditatura evidencia seus avanços. Imaginada no período da ditadura e ressurgida com o último golpe legal, ela dá sinais de seu vigor.
Os sistemas políticos agem de forma diferente, mas sempre de acordo com os interesses de suas elites culturais. O comportamento das autoridades brasileiras no caso da invasão, às dependências do legislativo, por seguidores do derrotado presidente americano é uma demonstração destas diferenças.
A nota de apoio do governo brasileiro aos invasores da Casa Branca deve ser vista como aviso do presidente em caso suas denúncias de fraldes nas próximas eleições não sejam aceitas. Não se pode esquecer que ele negou a legitimidade de sua própria vitória. Posição pouco contestada pelos aliados de então. A nota é oficial porque emitida pelo presidente em exercício. Seu Chanceler reafirma o propósito de insurgir-se quanto aos resultados nas próximas eleições gerais no Brasil. Em nota divulgada confusa, deixa implícito o apoio aos baderneiros americanos em concordância com o posicionamento de seu “Führer”. Vamos ficar atentos.
Ambas as notas são manifestações que estarão sempre à disposição para dar contiguidade aos projetos das elites culturais, mostrando o evidente desapreço pelo voto popular.
Se será bem sucedido só o futuro dirá, como dizia um ministro da ditadura. É provável que não, pois ele não tem unidade de seus pares fardados. Entretanto, é possível que coloque seu plano em prática. Mas se os interesses das elites culturais tiverem ameaçados é provável que o processo avance, não se sabe até onde. Uma vez que a principal causa do imenso retrocesso da chegada deste embuste ao poder foi a ameaça à hegemonia cultural da elite cultural conservadora.
Nosso sistema político mostrará o quão frágil ele é no que diz respeito ao sagrado direitos dos cidadãos de escolher seus dirigentes
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