segunda-feira, 3 de julho de 2023

Persistência e determinação: nos passos de Querino

 Persistência e determinação: nos passos de Querino

 

A Associação de Pesquisadores Negros da Bahia – APNB é a seção baiana da ABPN, ou deveria ser. Ela foi criada para construir o IV COPENE. Idealizada, em 2004, por um grupo de intelectuais que se organizaram para trazer este evento para Bahia. Por questões operacionais e legais isto não foi possível. Contanto com apoio de especialistas, ela foi formalizada em agosto de 2004.

 

Sem controle ideológico e se vinculo com as instituições públicas a Associação se apoiou no prestígio que seus fundadores tinham nas instituições universitárias nas quais lecionavam e pesquisavam. Embora a maioria dos pesquisadores fossem próximas ou filiada ao Partido dos Trabalhadores, estes não comprometiam a Associação com os interesses deste partido.

 

Durante três anos seguidos ela ficou à deriva, como que a abandonada. Somente em 2007, ela reaparece para a realizado do Primeiro Congresso Baiano de Pesquisadores Negros. Realizado entre  na Universidade Federal da Bahia, sendo coordenado pela Professora Doutora a Florentina da Silva Souza. Neste mesmo evento, foi escolhido a Universidade Estadual de Feira de Santana para sediar o Segundo Congresso de Pesquisadores Negro, qual tive o prazer de coordenar.

 

Fui presidente da Associação por quatro vezes. Por duas razoes, a primeira é o desinteresse dos pesquisadores negros, a segunda era meu interesse em razão da compreensão que tenho que as organizações negras devem ter direções estáveis, alias isto é o que acontece na pratica com as principais organizações negras na Bahia. Eleito para a primeira gestão no Congresso da UFBA, em Salvador em 2007 e reeleito no Congresso da UEFS. em Feira de Santana em 2009. Retornando a Direção em 2011 em Jequié, sento reeleito em Porto Seguro. Neste longo período mantivemos nossa página da internet, com todos os acervos dos congressos.

 

Estar por longo tempo a frente desta entidade me fez compreender o sentido da independência e o compromisso ideológico que muitos militantes engajados na “luta de classes” tinham em relação as organizações de intelectuais negros. Principalmente os burocratas negros e pardos. Éramos tratados como quem incomodava quando faziam alguma demanda especificamente para os eventos.

 

Apesar de todas as dificuldades, a  APNB foi capaz de realizar nove edições bianuais sem interrupção graças ao prestígio de seus pesquisadores juntos as suas instituições. Com efeito, reitorias, departamentos, colegiados etc. colocavam suas instalações e, muitas vezes, forneciam recursos. A recusa a contribuição das instituições publicas sempre foi explicitada, salvo raros casos, estes em decorrência das relações pessoais de negros dentro das instituições publicas

 

As contribuições destacavam a necessidade de uma luta politica associada a construção de um novo sistema de verdades. Que se contraporia as verdades advindas da tradição ocidental, esta oriunda do seu mito fundador. Uma vez que consideramos a Bíblia o Mito fundador do ocidente. Alguns intelectuais e militantes ligados estes pensamentos, tiveram papel de meros espectadores. Nunca demonstraram compromissos em construir uma associação de intelectuais negros. Para estes tipo de ideologia negro não precisava ser intelectual.

 

Esta produção intelectual não foi capaz de contribuir para uma leitura da realidade que propusesse outra saída. Ficamos, portanto, presos aos discursos religiosos dos filhos xifópagos do iluminismo, quais sejam o liberalismo e o marxismo.

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