domingo, 16 de junho de 2024

A Dívida Pública e o “ódio ao outro”, uma relação inseparável

 

A Dívida Pública e o “ódio ao outro”, uma relação inseparável

 

Para abordar a dívida pública, numa perspectiva insurgente é necessário abordar sua razão, sua lógica de reprodução e a ausência na esfera de poder daqueles que mais produzem riquezas e não são representados nas esferas de poder. É este caminho que vamos percorrer.

Dentro de um sistema em que a razão é a confiança, uma dívida é algo natural, salutar e, até mesmo, desejável. Com efeito, o capitalismo tem no crédito sua mola propulsora. Não é sem sentido que leva este nome, trata-se de uma aposta no futuro. O problema se põe quando não se honra o compromisso de pagamento.

É esta a questão que mais importa: porque não se tem condição de pagar a dívida? A resposta, simples por que não se tem dinheiro. A questão que aparece imediatamente, parece óbvia, porque não se tem dinheiro?

O trabalhador e o pequeno empresário podem se contentar com esta resposta, mas para um país, principalmente do porte do Brasil, esta resposta não faz sentido. Um país de dimensões continental; detentor de riqueza inesgotável de norte ao sul; composta de uma população jovem e dinâmica não poderia permanecer por tão longo e indefinível período com a maioria de seu povo na pobreza.

Os viadutos, as pontes, os metros e as festas juninas são financiadas pelos cofres públicos. Além disto, a barata e eficiente máquina pública e seus dedicados agentes fazem a máquina girar, embora maltratados e desprezados pelos políticos, nos quais eles fielmente apoiam. Estas ações contribuem para o aumento da impagável dívida.

Na verdade, o país não consegue gerar riqueza para pagar suas dívidas. E não consegue gerar porque não mobiliza seus recursos de forma a produzir riqueza. No entanto, as necessidades básicas da população têm de ser supridas, embora de forma precária. Por este motivo a dívida não deixa de subir de forma quase exponencial. E, ainda, para agravar, a riqueza que é de forma quase vegetativa é apropriada pelos diversos agentes econômicos de forma totalmente desequilibrada.

A incapacidade de produzir riqueza é uma decorrência do “ódio ao Outro”. Com efeito, o racismo impede que o agente principal da produção circule livremente, produzindo por isso, riqueza. A circulação da terra está limitada desde 1850 em razão da Lei da Terra. O capital está sob o controle de um filhote do inelegível no Banco Central, portanto pouco resta a fazer.

Infelizmente, os mais prejudicados com o estorvo da dívida pública não têm qualquer representação na esfera de poder, embora em valores numéricos, elegem os políticos que imediatamente lhes dão as costas. Estes escolhem aqueles que são mais capazes de expor suas esdrúxulas teses copiadas de suas matrizes eurocêntricas.

Portanto sem combate diuturno contra a discriminação racial que atinge a maioria da população brasileira não teremos condição de pagar a dívidas que beneficia todos os segmentos sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário