domingo, 9 de junho de 2024

Consenso das Elites e Racismo

 

Consenso das Elites e Racismo

 

Objetivamos demonstrar que os planos econômicos devem levar em consideração o aspecto cultural. Por exemplo, os revolucionários de primeiro de abril ou os golpistas de 31 de março, na ânsia de fazer “um país que vai pra frente”, anularam alguns aspectos da cultura enquanto instituição, o que permitiu um forte crescimento econômico.

O Plano real foi o plano econômico mais bem sucedido da história da república. Salvo, evidentemente os planos que pretendiam ser desenvolvimento, como o SALTE e o Plano de Metas. Estes retumbantes fracassos.

A crise econômica dos anos oitenta com inflação na casa dos 80% ao mês era fruto da instabilidade politica resultante do esgotamento da ditadura militar. Os irresponsáveis esgotaram seus arsenais de crueldade. Explicitando suas incapacidades de fazer política. Portanto, a instabilidade política manifestava-se na economia pelo desajuste dos preços.

O Plano Real foi uma mistura de ficção e realidade. Da noite para o dia, numa espécie de abracadabra, a moeda nacional ficou mais forte que o dólar. Esta medida provocou uma quebradeira geral em muitos segmentos econômicos pelo barateamento do dólar. Mas todos os atores do espetáculo sabiam que tinham algo a perder ou a ganhar. Por isso, suportaram suas perdas.

Muitas das medidas tomadas iam de encontro com ideário liberal, ou neoliberal como gostam alguns intelectuais da esquerda. Um exemplo foi a lei 9249/95, que “estabeleceu a isenção na distribuição de lucros e dividendos vigente até a atualidade”. Isentar o cidadao e tributa o coletivo (Pessoa juridica), é transferir a responsabilidade de financiamento do Estado por um ente subjetivo.

Foram medidas economicamente corretas, tecnicamente equivocadas e politicamente perfeitas. As elites, sejam conservadoras ou reformistas, são capazes de chegar a um concesso toda vez que veem seus interesses ameaçados, a exclusão do “outro” é ponto sempre presente na busca do consenso das elites. O consenso que se produziu foi a razão do sucesso do real.

O pacto político que permitiu este milagre perdurou até o golpe liderado pelo seu vice, este desta fez apenas civil. O pacto não foi apenas econômico, foi acima de tudo cultural. Um exemplo de longe da importância do aspecto cultural encontramos na China. Esta fez duas revoluções em menos de um século. A primeira, foi política e econômica que agravou a situação, em decorrência da persistência do modelo cultural.

Portanto, antes de qualquer plano econômicos ou de desenvolvimento devemos pensar em nossa revolução cultural. Esta revolução deve superar a mais antiga de nossas instituições que é o racismo.


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